quarta-feira, 23 de março de 2011

Origem do Frevo


Em Pernambuco, entre os anos de 1910 e 1911, ocorreu o aparecimento de um ritmo carnavalesco bastante animado e que é famoso até hoje: o frevo. A palavra frevo vem de ferver, uma vez que, o estilo de dança faz parecer que abaixo dos pés das pessoas exista uma superfície com água fervendo.
Características
Este estilo pernambucano de carnaval é um tipo de marchinha bastante acelerada, que, ao contrário de outras músicas carnavalescas, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos enquanto a multidão se diverte dançando.
Apesar de parecerem simples ao olhar, os passos do frevo são bem complicados, pois, esta dança inclui: gingados, malabarismos, rodopios, passinhos miúdos e muitos outros passos complicados.
Os dançarinos de frevo encantam com sua técnica e improvisação, sendo que esta última é bastante utilizada. Para complementar a beleza da dança, eles usam uma sombrinha ou guarda-chuva aberto enquanto dançam.
Como vimos, o frevo é tocado, contudo, em alguns casos, ele também pode ser cantado. Há ainda uma forma mais lenta de frevo, e esta, é chamada de frevo-canção.
O carnaval de rua brasileiro é limitado a algumas regiões do País, pois no Sul é quase inexistente, no norte e no centro-oeste há algumas manifestações isoladas, portanto está restrito quase que exclusivamente ao Sudeste e mais particularmente ao Nordeste.
Na região Sudeste se destacam São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que em São Paulo o carnaval de rua praticamente se restringe ao desfile das escolas de samba. Já o Rio de Janeiro, berço do samba, tem mais tradição carnavalesca e, além do desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, há também o carnaval de rua mais autêntico, com algumas troças e blocos que resistem ao tempo, e desfilam pelas ruas atraindo milhares de foliões, tendo inclusive um desses blocos, denominado banda de Ipanema, (o qual não tenho certeza se ainda sai pelas ruas do Rio), se tornado, na época da ditadura militar, um foco de resistência dos intelectuais de esquerda contra o regime militar.
No Nordeste, temos dois Estados que se destacam com um carnaval muito forte, Bahia e Pernambuco, sendo que na Bahia parece ser mais na capital, Salvador, onde, além de alguns blocos como os filhos de Gandhi, o carnaval é quase exclusivamente feito pelos ‘trios elétricos’, nos quais as pessoas geralmente têm que gastar muito dinheiro com a compra de abadás para poderem brincar com mais segurança e exclusividade.
Já em Pernambuco o carnaval se destaca por ser animado em praticamente todo o Estado, começando pelo Recife, quando no sábado de Zé Pereira desfila o maior bloco carnavalesco do mundo, o galo da madrugada, agora elevado à categoria de patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco.
Em Olinda a folia é ininterrupta durante todo o carnaval, do domingo à quarta-feira de cinzas, com os bonecos gigantes e os seus inúmeros blocos e troças irreverentes que não deixam os foliões descansarem em nenhum momento. No Recife Antigo há os desfiles dos blocos tradicionais, fazendo um carnaval mais ‘família’ e mais voltado para a preservação da memória cultural do carnaval Pernambucano.
São múltiplas e variadas as manifestações culturais: Galo da Madrugada, bonecos gigantes papangus, caboclinhos, maracatus, caretas, etc. Ou seja, do litoral ao sertão, o carnaval mais autêntico e com maior participação popular de todo o País, e tudo isso coroado soberanamente por sua majestade, o recém-centenário frevo, que também já faz parte do patrimônio imaterial e cultural do Estado de Pernambuco.
P.S. Poderíamos ainda ressaltar a importância do carnaval para a economia pernambucana, com a entrada de divisas no período momesco batendo novo recorde este ano, mas aí já é assunto para uma outra ocasião.

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