Batuque de Umbigada

O Batuque é uma dança de origem africana, do ritual da procriação.  Tem como característica a 'umbigada', batida de ventre que os dançadores dão entre si, no desenvolvimento da coreografia.

   Acredita-se que seja de origem banto, aculturada no Brasil, em época que não se pode precisar. 

   Foi severamente proibida na época colonial pelos padres, mas os fazendeiros fingiam que não viam, tinham grande interesse em aumentar o número de escravos.

   Uma dança muito popular em algumas cidades do interior de São Paulo, nas festas do Divino Espírito Santo, ou nas festas juninas. O batuque é dançado em terreiro ou praça pública. Uma fileira de homens fica ao lado dos tocadores.   Os batuqueiros apresentam-se em qualquer época do ano, mas mais intensamente no dia 13 de maio e nas festas juninas.

   As mulheres ficam a uns 15 metros de distância. Então, começa a dança, começam as umbigadas. Cada homem, dançando, dá três umbigadas numa mulher.

   Os músicos tocam. Um batuqueiro "modista" faz a poesia, os versos.

   Há o solo e, em seguida, o coro é feito por todos que estão batucando.


Desenvolvimento

   Os participantes, de número ilimitado, geralmente trajam-se com roupas especiais em razão da importância atribuída à dança. Somente a batuqueiras usam saias compridas, turbantes, saias ou chapéus e enfeitam-se com brincos, pulseiras e colares, rememorando o traje da época da escravidão, o que confere aos movimentos maior beleza.


Musicalidade

   Fazem parte da marcação rítmica (bastante complexa), os instrumentos musicais em número de 4 (quatro): Guaiá, gueiá, chiquito – cocalho; Tambu; Quinjengue, quijenho, mulemba, mulamba; Matraca ou mitraca.

   A melodia entoada recebe o nome de moda ou toada e costuma ser improvisada, o que não impede a repetição de modas tradicionais. A improvisação pode ser individual ou coletiva e se faz ao som do guaiá.

   Embora considerada pelos batuqueiros uma dança de respeito, religiosa até, nota-se que se trata de dança do ritual de procriação (dos escravos nas senzalas) e foi por essa razão que chegou até nós.