segunda-feira, 11 de julho de 2011

Festa Junina

Festas juninas, festa de São João ou festas dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países historicamente relacionadas com a festa pagã do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o calendário juliano (pré-gregoriano) e cristianizada na Idade Média como "festa de São João".
Essas celebrações são particularmente importantes no Norte da EuropaDinamarca, Estónia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia —, mas são encontrados também na Irlanda, na Galiza, partes do Reino Unido (especialmente na Cornualha), França, Itália, Malta, Portugal, Espanha, Ucrânia, outras partes da Europa, e em outros países como Canadá, Estados Unidos, Porto Rico, Brasil e Austrália.

Tradições e costumes

Origem da fogueira

Fogueira de São João em Mäntsälä na Finlândia. Fogueiras de São João são bastantes populares na Finlândia, onde parte da população passa o dia de São João ("Juhannus") no campo ao redor das cidades em festejos.
Balão de São João em Portugal, cidade do Porto
De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde" em árvore de natal, a fogueira do dia de "Midsummer" (25 de dezembro) tornou-se, pouco a pouco na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João europeias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte.junio camargo

O uso de balões

O uso de balões e fogos de artifício durante o São João no Brasil, está relacionado com o tradicional uso da fogueira junina e seus efeitos visuais. Este costume foi trazido pelos portugueses para o Brasil, e ele se mantém em ambos lados do Atlântico, sendo que é na cidade do Porto, em Portugal, onde mais se evidência. Fogos de artifício manuseados por pessoas privadas e espetáculos pirotécnicos organizados por associações ou municipalidades tornaram-se uma parte essencial da festa no Nordeste, em outras partes do Brasil e em Portugal. Os fogos de artifício, segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista. Em Portugal, pequenos papéis são atados no balão com desejos e pedidos. Os balões serviam para avisar que a festa iria começar; eram soltos de cinco a sete balões para se identificar o início da festança. Os balões, no entanto, constituem atualmente uma prática proibida por lei em muitos locais, devido ao risco de incêndio.
Durante todo o mês de junho é comum, principalmente entre as crianças, soltar bombas, conhecidas por nomes como traque, chilene, cordão, cabeção-de-negro, cartucho, treme-terra, rojão, buscapé, cobrinha, espadas-de-fogo.

O mastro de São João

O mastro de São João, conhecido em Portugal também como o mastro dos Santos Populares, é erguido durante a festa junina para celebrar os três santos ligados a essa festa. No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas em geral três bandeirinhas simbolizando os santos. Tendo hoje em dia uma significação cristã bastante enraizada e sendo, entre os costumes de São João, um dos mais marcadamente católico, o levantamento do mastro tem sua origem, no entanto, no costume pagão de levantar o "mastro de maio", ou a árvore de maio, costume ainda hoje vivo em algumas partes da Europa.
Além de sua cristianização profunda em Portugal e no Brasil, é interessante notar que o levantamento do mastro de maio em Portugal é também erguido em junho e a celebrar as festas desse mês — o mesmo fenômeno também ocorrendo na Suécia, onde o mastro de maio, "majstången", de origem primaveril, passou a ser erguido durante as festas estivais de junho, "Midsommarafton". O fato de suspender milhos e laranjas ao mastro de São João parece ser um vestígio de práticas pagãs similares em torno do mastro de maio. Em Lóriga a tradição do Cambeiro é celebrada em Janeiro.
Hoje em dia, um rico simbolismo católico popular está ligado aos procedimentos envolvendo o levantamento do mastro e os seus enfeites.

A Quadrilha

A quadrilha brasileira tem o seu nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a "quadrille", em voga na França entre o início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A "quadrille" francesa, por sua parte, já era um desenvolvimento da "contredanse", popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII. A "contredanse" se desenvolveu a partir de uma dança inglesa de origem campesina, surgida provavelmente por volta do século XIII, e que se popularizara em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.
A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo que fosse a última moda de Paris (dos discursos republicanos de Gambetta e Jules Ferry, passando pelas poesias de Victor Hugo e Théophile Gautier até a criação de uma academia de letras, dos belos cabelos cacheados de Sarah Bernhardt até ao uso do cavanhaque).
Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais no Brasil como na Europa entre os começos do Romantismo e a Segunda Guerra Mundial. A quadrilha, como outras danças brasileiras tais que o pastoril, foi sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo também defendida por professores e praticada por alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica duma certa maneira o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha.
No entanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que como a expressão de um ideal folclórico, nacionalista ou acadêmico qualquer. Seja como for, é correto afirmar que a quadrilha deve a sua sobrevivência urbana na segunda metade do século XX e o grande sucesso popular atual aos cuidados meticulosos de associações e clubes juninos da classe média e ao trabalho educativo de conservação e prática feito pelos estabelecimentos do ensino primário e secundário, mais do que à prática campesina real, ainda que vivaz, porém quase sempre desprezada pela cultura citadina.
Desde do século XIX e em contato com diferentes danças do país mais antigas, a quadrilha sofreu influências regionais, daí surgindo muitas variantes:
  • "Quadrilha Caipira" (São Paulo)
  • "Saruê", corruptela do termo francês "soirée", (Brasil Central)
  • "Baile Sifilítico" (Bahia)
  • "Mana-Chica" (Rio de Janeiro)
  • "Quadrilha" (Sergipe)
  • "Quadrilha Matuta"
Hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha encontram-se o acordeão, pandeiro, zabumba, violão, triângulo e o cavaquinho. Não existe uma música específica que seja própria a todas as regiões. A música é aquela comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.
Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um mestre "marcante" ou "marcador", pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores devem desenvolver. Termos de origem francesa são ainda utilizados por alguns mestres para cadenciar a dança.
Os participantes da quadrilha, vestidos de matuto ou à caipira, como se diz fora do nordeste(indumentária que se convencionou pelo folclorismo como sendo a das comunidades caboclas), executam diversas evoluções em pares de número variável. Em geral o par que abre o grupo é um "noivo" e uma "noiva", já que a quadrilha pode encenar um casamento fictício. Esse ritual matrimonial da quadrilha liga-a às festas de São João europeias que também celebram aspirações ou uniões matrimoniais. Esse aspecto matrimonial juntamente com a fogueira junina constituem os dois elementos mais presentes nas diferentes festas de São João da Europa e outros paises na minha cidade de almenar atanbem é muito populosa com qrandes festas de quadrilha

Outras danças e canções

No nordeste brasileiro, o forró assim como ritmos aparentados tais que o baião, o xote, o reizado, o samba-de-coco e as cantigas são danças e canções típicas das festas juninas.

Costumes populares

Festa junina caipira.
As festas juninas brasileiras podem ser divididas em dois tipos distintos: as festas da Região Nordeste e as festas do Brasil caipira, ou seja, nos estados de São Paulo, Paraná (norte), Minas Gerais (sobretudo na parte sul) e Goiás.
No Nordeste brasileiro se comemora, com pequenas ou grandes festas que reúnem toda a comunidade e muitos turistas, com fartura de comida, quadrilhas, casamento matuto e muito forró. É comum os participantes das festas se vestirem de matuto, os homens com camisa quadriculada, calça remendada com panos coloridos, e chapéu de palha, e as mulheres com vestido colorido de chita e chapéu de palha.
No interior de São Paulo ainda se mantêm a tradição da realização de quermesses e danças de quadrilha em torno de fogueiras.
Em Portugal há arraiais com foguetes, assam-se sardinhas e oferecem-se manjericos, as marchas populares desfilam pelas ruas e avenidas, dão-se com martelinhos de plástico e alho-porro nas cabeças das pessoas principalmente nas crianças e quando os rapazes se querem meter com as raparigas solteiras.
No nordeste brasileiro, O forró assim como ritimos aparentados tais que o baião, o xote, o reizado,o samba-de-coco e as cantigas são danças e cançoes típicas das festas juninas.

Simpatias, sortes e adivinhas para Santo Antônio

O relacionamento entre os devotos e os santos juninos, principalmente Santo Antônio e São João, é quase familiar: cheio de intimidades, chega a ser, por vezes, irreverente, debochado e quase obsceno. Esse caráter fica bastante evidente quando se entra em contato com as simpatias, sortes, adivinhas e acalantos feitos a esses santos:
Confessei-me a Santo Antônio,
confessei que estava amando.
Ele deu-me por penitência
que fosse continuando.
Os objetos utilizados nas simpatias e adivinhações devem ser virgens, ou seja, estar sendo usados pela primeira vez, senão… nada de a simpatia funcionar! A seguir, algumas simpatias feitas para Santo Antônio:
Moças solteiras, desejosas de se casar, em várias regiões do Brasil, colocam um figurino do santo de cabeça para baixo atrás da porta ou dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo. E elas pedem:
Meu Santo Antônio
Para arrumar namorado ou marido, basta amarrar uma fita vermelha e outra branca no braço da imagem de Santo Antônio, fazendo a ele o pedido. Rezar um Pai-Nosso e uma Salve-Rainha. Pendurar a imagem de cabeça para baixo sob a cama. Ela só deve ser desvirada quando a pessoa alcançar o pedido.
No dia 13, é comum ir à igreja para receber o "pãozinho de Santo Antônio", que é dado gratuitamente pelos frades. Em troca, os fiéis costumam deixar ofertas. O pão, que é bento, deve ser deixado junto aos demais mantimentos para que estes não faltem jamais.
Em Lisboa, é tradicional uma cerimónia de casamento múltiplo do dia de Santo António, em que chegam a casar-se 200 a 300 casais ao mesmo tempo. Esta "tradição" começou nos anos do salazarismo, e desapareceu com a revolução de 74. Voltou a reaparecer há uns anos, promovida por uma cadeia de televisão.

Brasil

As festas juninas, são na sua essência multiculturais, embora o formato com que hoje as conhecemos tenha tido origem nas festas dos santos populares em Portugal: Festa de Santo Antônio, Festa de São João e a Festa de São Pedro e São Paulo principalmente. A música e os instrumentos usados, cavaquinho, sanfona, triângulo ou ferrinhos, reco-reco, etc, estão na base da música popular e folclórica portuguesa e foram trazidos para o Brasil pelos povoadores e imigrantes do país irmão. As roupas 'caipiras' ou 'saloias' são uma clara referência ao povo campestre, que povoou principalmente o nordeste do Brasil e muitíssimas semelhanças se podem encontrar no modo de vestir 'caipira' tanto no Brasil como em Portugal. Do mesmo modo, as decorações com que se enfeitam os arraiais tiveram o seu início em Portugal com as novidades que na época dos descobrimentos os portugueses levavam da Ásia, enfeites de papel, balões de ar quente e pólvora por exemplo. Embora os balões tenham sido proibidos em muitos lugares do Brasil, eles são usados na cidade do Porto em Portugal com muita abundância e o céu se enche com milhares deles durante toda a noite.
No Brasil, recebeu o nome de junina (chamada inicialmente de joanina, de São João), porque acontece no mês de junho. Além de Portugal, a tradição veio de outros países europeus cristianizados dos quais são oriundas as comunidades de imigrantes, chegados a partir de meados do século XIX. Ainda antes, porém, a festa já tinha sido trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras.
As grandes mudanças no conceito artístico contemporâneo, acarretam na "adequação e atualização" destas festas, onde rítimos e bandas não tradicionais aos tipicamente vivenciados são acrescentadas as grades e programações de festas regionais, incentivando o maior interesse de novos públicos. Essa tem sido a aposta de vários festejos para agradar a todos, não deixando de lado os costumes juninos, têm-se como exemplo as festas do interior da Bahia, como a de Santo Antônio de Jesus, que apesar da inclusão de novas programações não deixa de lado a cultura nordestina do forró, conhecido como "pé de serra" nos dias de comemoração junina.
A festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São João, mas também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas de milho integram a tradição, como a canjica e a pamonha.
O local onde ocorre a maioria dos festejos juninos é chamado de arraial, um largo espaço ao ar livre cercado ou não e onde barracas são erguidas unicamente para o evento, ou um galpão já existente com dependências já construídas e adaptadas para a festa. Geralmente o arraial é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro ou bambu. Nos arraiais acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos matutos.
Locais
Estes arraiais são muito comuns em Portugal e não são exclusivos do São João, são parte da tradição popular em geral. Nessas festas podemos encontrar imensas semelhanças tanto no Brasil como em Portugal, mas não só. Na África e na Ásia, Macau, Índia, Malásia, na Comunidade Cristang, os portugueses deixaram essa tradição dos santos populares bem marcada.
Atualmente, os festejos ocorridos em cidades pólos do Norte e Nordeste dão impulso à economia local. Citem-se, como exemplo, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Cachoeira Cruz das Almas, Piritiba e Senhor do Bonfim na Bahia, na Mossoró no Rio Grande do Norte; Maceió em Alagoas; Recife em Pernambuco; Aracaju em Sergipe; Caruaru em Pernambuco; Campina Grande na Paraíba; Juazeiro do Norte no Ceará; e Cametá no Pará. Além disso, também existem nas pequenas cidades, festas mais tradicionais como Cruz das Almas, Ibicuí, Jequié e Euclides da Cunha na Bahia. As duas primeiras cidades disputam o título de Maior São João do Mundo, embora Caruaru esteja consolidada no Guinness Book, categoria festa country (regional) ao ar livre. Além disso, Juazeiro do Norte no Ceará e Mossoró no Rio Grande do Norte disputam o terceiro lugar de maior são joão do mundo.

Boi Caprichoso

Boi-Bumbá Caprichoso
Associação Folclórica Boi-Bumbá Caprichoso
Boi-Bumbá CaprichosoAssociação Folclórica Boi-Bumbá Caprichoso
Fundação 20 de Outubro de 1913 (97 anos)
Cores Azul e Branco
Símbolo Estrela
Bairro Palmares
Presidente Marcia Baranda
Comissão de artes
Apresentador Júnior Paulain
Levantador de toadas David Assayag
Amo do Boi Edilson Santana
Pajé Waldir Santana
Cunhã-poranga Maria Azedo
Sinhazinha da Fazenda Tainá Valente
Porta-Estandarte Karine Medeiros
Rainha do Folclore Brena Dianná Modesto Barbosa

Boi Garantido

Boi-Bumbá Garantido
Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido
Boi-Bumbá GarantidoAssociação Folclórica Boi-Bumbá Garantido
Fundação 24 de Junho de 1913 (98 anos)
Cores Vermelho e Branco
Símbolo Coração
Bairro São José
Presidente Telo Pinto
Comissão de artes Fred Góes, Chico Cardoso e Júnior de Souza
Apresentador Israel Paulain
Levantador de toadas Sebastião Júnior
Amo do Boi Tony Medeiros
Pajé André Nascimento
Cunhã-poranga Tatiane Barros de Jesus
Sinhazinha da Fazenda Ana Luisa Faria
Porta-Estandarte Raissa Barros de Jesus
Rainha do Folclore Patrícia de Góes


Festival de Parintins

O Festival Folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no último fim de semana de junho na cidade de Parintins, Amazonas.
O festival é uma apresentação a céu aberto, onde competem duas associações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação ocorre no Bumbódromo (Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes), um tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para 35 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações. O Festival de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local
O festival é realizado desde 1965 e já teve vários locais de disputa como a quadra da catedral de Nossa Senhora do Carmo, a quadra da extinta CCE e o estádio Tupy Cantanhede. Até que em 1987, o governador Amazonino foi assistir o festival, no mesmo local onde é o Bumbódromo, mas era um tablado. Ele gostou tanto da festa que prometeu construir um local do tamanho que o festival merecia e, no ano seguinte, em 1988, inaugurava o Bumbódromo[1].
Até 2004 era realizado sempre nos dias 28, 29 e 30 de junho. Uma lei municipal mudou a data para o último fim de semana desse mesmo mês.

O primeiro festival

Em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de Parintins, criado por Raimundo Muniz [carece de fontes?], mas não houve participação dos bumbás. A primeira disputa veio no segundo Festival.

[editar] Componentes do festival

  • Música
A música, que acompanha durante todo o tempo, é a toada, acompanhada por um grupo de mais de 400 ritmistas.
Os dois Bois dançam e cantam por um período de três horas, com ordem de entrada na arena alternada em cada dia. As letras das canções resgatam o passado de mitos e lendas da floresta amazônica. Muitas das toadas incluem também sons da floresta e canto de pássaros.
  • Ritual
O ritual dos Bumbás mostra a lenda de Pai Francisco e Mãe Catirina que conseguem, com a ajuda do Pajé, fazer renascer o boi do patrão. Conta a lenda que Mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Para satisfazer o desejo da mulher, Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão.
Pai Francisco é descoberto, tenta fugir, mas é preso. Para salvar o boi, um padre e um médico são chamados (o pajé, na tradição indígena) e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados e há uma grande comemoração.

[editar] Personagens da festa

Boi Caprichoso, o boi azul de Parintins.
Paulinho Faria apresentou o Garantido por 26 anos.
  • Apresentador
A ópera do Boi tem um apresentador oficial, que comanda todo o espetáculo. O levantador de toadas faz a trilha sonora e dá um show de interpretação, transmitindo empolgação à sua galera (Festival (torcida).
  • Levantador de toadas
Todas as músicas que fazem a trilha sonora das apresentações são interpretadas pelo levantador de toadas. Trata-se de uma figura importante, já que a técnica, a força e a beleza de sua interpretação não só valem pontos como ajudam a trazer à tona a emoção dos brincantes. David Assayag e o mais reconhecido levantador do festival.
  • Amo do Boi
O Amo do Boi, com seu jeito caboclo, exalta a originalidade e a tradição do nosso folclore, fazendo soar o berrante e tirando o verso em grande estilo. É a chamada do Boi, que vem para bailar.
  • Sinhazinha da Fazenda
É a filha do dono da fazenda, que se apresenta na arena dando sal pro boi.
  • Figuras Típicas Regionais e Lendas Amazônicas
Fazem aflorar os sentimentos de amor e paixão. Alegorias gigantes se movimentam. Coreografias e fantasias originais, com luz teatral e fogos, dão um brilho especial ao espetáculo.
  • Porta Estandarte, Rainha do Folclore e Cunhã-Poranga
Dão um banho de charme, beleza e simpatia. E na sequência, o grande mito feminino do nosso folclore: Cunhã Poranga! A moça mais bela da tribo dá um show de magia, irradiando toda a sua beleza nativa, de olhar selvagem, com seu lindo corpo emoldurado de penas. Aparece aqui o elemento indígena, incorporado à festa do Boi no folclore amazônico.
  • Tribos
Dezenas de Tribos Masculinas e Femininas, com suas cores vibrantes, compõem um cenário tribal delirante, de coreografias deslumbrantes. Os Tuxauas Luxo e Originalidade são um primor de beleza.
  • Ritual
No apogeu da apresentação, acontece o Ritual, uma dramatização teatral comovente, culminando sempre com a mágica e misteriosa intervenção do Pajé, o poderoso curandeiro e temido feiticeiro, que faz a dança da pajelança. É a grande apoteose da noite.
  • Galera
A galera (torcida) dá um show à parte. Enquanto um Boi se apresenta, sua galera participa com todo entusiasmo. Seu desempenho também é julgado. Do outro lado, a galera do contrário (adversário) não se manifesta, ficando no mais absoluto silêncio, num exemplo de cordialidade, respeito e civilidade.
  • Jurados
Os jurados são sorteados na véspera do Festival e todos vêm de outros estados. Pela proximidade, pessoas do norte são vetadas. O requisito é ser estudioso da arte, da cultura e do folclore brasileiro. Mais de 20 itens são julgados, à luz de um regulamento simples, claro e preciso.
Quem visita Parintins, fica encantado com a arte indígena, uma das temáticas da festa e com a culinária do local. O grande atrativo, porém, é o Festival Folclórico. É nessa época do ano que a população da cidade praticamente dobra.

[editar] Resultados

Campeões
Ano Campeão
1966 Garantido
1967 Garantido
1968 Garantido
1969 Caprichoso
1970 Garantido
1971 Garantido
1972 Caprichoso
1973 Garantido
1974 Caprichoso
1975 Garantido
1976 Caprichoso
1977 Caprichoso
1978 Garantido
1979 Caprichoso
1980 Garantido
1981 Garantido
1982 Garantido
1983 Garantido
1984 Garantido
1985 Caprichoso
1986 Garantido
1987 Caprichoso
1988 Garantido
1989 Garantido
1990 Caprichoso
1991 Garantido
1992 Caprichoso
1993 Garantido
1994 Caprichoso
1995 Caprichoso
1996 Caprichoso
1997 Garantido
1998 Caprichoso
1999 Garantido
2000 (Empate) Garantido
2000 (Empate) Caprichoso
2001 Garantido
2002 Garantido
2003 Caprichoso
2004 Garantido
2005 Garantido
2006 Garantido
2007 Caprichoso
2008 Caprichoso
2009 Garantido
2010 Caprichoso
2011 Garantido [2]
2012

sábado, 11 de junho de 2011

Música-Puxada de Rede

Pescadores que vai pescar pescadores
Levanta se senta na areia
esperando a maré abaixar
Vem a noite,vem a noite,
Oh leva eu oh leva,oh leva eu oh leva(coral)
Pescadores que vai pescar pescadores
Levanta se senta na areia
esperando a maré abaixar
Vem a noite,vem a noite,
Oh leva eu oh leva,oh leva eu oh leva(coral)
Minha jangada vai sair pro mar,
Vou trabalhar,meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar,
Um peixe bom eu vou trazer,
Meus companheiro também vão voltar,
E a Deus do céu vamos agradeçer
(coral)
Minha jangada vai sair pro mar,
Vou trabalhar,meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar,
Um peixe bom eu vou trazer,
Meus companheiro também vão voltar,
E a Deus do céu vamos agradeçer

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cacuriá

Dança folclórica típica do maranhão, surgiu das festas do Divino Espírito Santo. Inicialmente o cacuriá era acompanhado apenas pela caixa, com o tempo foram inseridos outros instrumentos como flauta, violão, banjo e clarinete.

Ai vai uma letra que cantamos esta semana:


O homem que me deu saia foi-se embora pro sertão (repete)
Os outros que aqui chegaram prometem saia não dão (repete)

 refrão
Olê Olele saia, o senho que me deu, saia (repete)

Minha caixa é de pinho eu também sou de pinheiro
Minha caixa é quem toca eu que recebo dinheiro
 Refrão
 Quem dançar com meu benzinho, não dançar virar virando
Meu benzinho não é lixo que vassoura vai levando
 Refrão
 Eu joguei meu anzol n'água no pesqueiro jacará
Homem que não tem dinheiro seu caminho não é pra cá
 Refrão
 Vou-me embora, vou-me embora já disse que eu vou eu vou
Vou levando minha enxada deixando seu cavador
 Refrão
 (fim) 


Povos e povas, vamos caruriando pela semana, até segunda.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vamos Dançar?

Se liga...
Dia 04 da abril vai  ter apresentação do nosso grupo no CEU Pimentas,
vai ser uma apresentação,pequena,mais bem legal,vamos dançar a
Dança do Coco.
Segunda-feira apartir das 14:00hs da tarde.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A origem da Marujada

A Marujada,  em Bragança,  teve inicio em 1798 quando os senhores brancos atendendo ao pedido de seus escravos, permitiram a organização de uma Irmandade e a primeira festa em louvor a São Benedito. Em sinal de reconhecimento, os negros foram dançar de casa em casa para agradecer a seus benfeitores.
A Marujada é constituída na maioria por mulheres, cabendo lhes a direção e a organização. Não há número limitado de marujas, nem papéis a desempenhar. Nem uma só palavra é articulada, falada ou cantada como auto ou como argumentação. Não há dramatização de qualquer feito marítimo. A Marujada é caracterizada pela dança, cujo ritmo principal é o retumbão. A organização e a disciplina são exercidas por uma "capitoa" e uma "sub-capitoa". É a "capitoa" quem escolhe a sua substituta, nomeando a "sub-capitoa", que somente assumirá o bastão de direção por morte ou renúncia daquela.
A maruja traja saia vermelha, bem rodada, blusa de cambraia branca bordada e, sobre esta, uma faixa larga de fita vermelha de gorgorão, com uma grande rosa do mesmo material. A parte mais vistosa é o chapéu. Este, é de palha, forrado de tecido branco, com uma espécie de armação de arame onde ficam as flores feitas de penas de pato, brancas. Essas flores cobrem inteiramente o chapéu, com abas que pendem fitas largas, de cores diversas, bem compridas. A “Capitoa”, sempre a mais velha do grupo, carrega na mão um bastão dourado, o símbolo da sua autoridade. Homens e mulheres dançam sempre descalços. Os homens, músicos e acompanhantes, são dirigidos por um capitão. Eles se apresentam de calça e camisa brancas ou de cor, chapéu de folha de carnaúba revestido de pano, sendo a aba virada de um dos lados. Os instrumentos musicais são: tambor grande e pequeno, cuíca, pandeiros, rabeca, viola, cavaquinho e violino.
As apresentações são, preferentemente, no período de 25 de dezembro ao dia 6 de janeiro, do ano novo. No dia 25 as mulheres dançam com saias azuis e os homens com camisas da mesma cor. Já no dia 26, quando São Benedito é festejado, as mulheres usam as saias vermelhas, e os homens, a roupa branca. Além de Bragança a manifestação se ramificou em outros municípios vizinhos como Quatipuru, Augusto Correa, Primavera e Tracuateua.
A Marujada de outros lugares
A Marujada do Nordeste e outras partes do país, é uma dança dramática, de inspiração náutica, de origem ibérica, com diversas denominações diferentes, de região para região. Denominada de Nau Catarineta, Barca, Fandango ou Chegança de Marujos. São danças realizadas através de um autodramatizado da tragédia da nau Catarineta, com o domínio do canto sobre a dança. Barca é a dança realizada em João Pessoa/PB, onde os personagens vestem-se marinheiros, o enredo narra as tormentas em alto mar e trabalhos a bordo, como também o episódio da "libertação da Saloia", iniciadas com troca de sinais entre a "Nau Catarineta" e a "Fortaleza do Diu". Consta o auto de cantos, recitativos, diálogos e da "morte e ressurreição do Gajeiro". Os personagens são masculinos, excluindo a Saloia, que é interpretada por uma menina moça.
O fandango tem vários sentidos no Brasil. Em alguns estados do nordeste, fandango é o bailado dos marujos ou marujada, ou ainda, chegança dos marujos ou barca. Em São Paulo e nos estados do Sul, fandango é a festa, baile com danças regionais. Acredita-se que os portugueses tenham introduzido o fandango no Brasil, sobretudo pelos nomes que as variações dessa dança recebem no sul do Brasil: marrafa, manjericão, tirana, ciranda, cana verde e outras. 

Biografia do Carimbó

O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se e recebeu outras influências, principalmente negra. Seu nome, em tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó. Surgida em torno de Belém na zona do Salgado (Marapanim, Curuçá, Algodoal) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk.
Na forma tradicional, é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Aos tambores se dá o nome de "curimbó", uma corruptela da palavra Carimbó. Costumam estar presentes também os maracás.
Nos anos 60 e 70, adicionaram-se ao carimbó instrumentos elétricos (como guitarras) e influências do merengue e da cúmbia. O ritmo tornou-se popular no Norte do Brasil e gerou a lambada, que espalhou-se para o resto do mundo (que ironicamente foi popularizada por um grupo boliviano, Los Kjarkas).
A formação instrumental original do carimbó era composta por dois curimbós: um alto e outro baixo, em referência aos timbres (agudo e grave) dos instrumentos; uma flauta de madeira (geralmente de ébano ou acapú, aparentadas ao pife do nordeste), maracás e uma viola cabocla de quatro cordas, posteriormente substituída pelo banjo artesanal, feito com madeira, cordas de náilon e couro de veado. Hoje o instrumental incorpora outros instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones.
Sendo a música preferida pelos pescadores marajoaras, embora não conhecida como carimbó até então, o ritmo atravessou a baía de Guajará com esses pescadores e veio dar em praias do Salgado paraense. Em alguma região próxima às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje. Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste paraense, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o "Festival de Carimbó de Marapanim — O Canto Mágico da Amazônia", no mês de novembro.

Roupa das mulheres

As mulheres dançam descalças e com saias coloridas que vão até os pés muito franzidas e amplas. A saia normalmente é de cetim ou também pode ser de seda e outros tecidos. Blusas de cores lisas, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou jasmim de Santo Antônio. Todos os dançarinos apresentam-se descalços.

 Roupa dos Homens

Os homens dançam utilizando calças geralmente brancas e simples, comumente com a bainha enrolada, costume herdado dos ancestrais negros que utilizavam a bainha da calça desta forma devido as atividades exercidas, como a exemplo, a coleta de caranguejos nos manguesais.
Além disto ainda utilizam camisa de pano com desenho e corte comum a que a população ribeirinha tradicionalmente utilizava até meados do início do século XX, juntamente com o tradicional chapéu de palha.

 Ritual

A dança é apresentada em pares. Começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Quando a música inicia os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio. Nesta parte observa-se a influência indígena, quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante.
As mulheres, cheias de encantos, costumam tirar graça com seus companheiros segurando a barra da saia, esperando o momento em que os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da indumentária feminina.
O fato sempre provoca gritos e gargalhadas nos outros dançadores.
O cavalheiro que é vaiado pelos seus próprios companheiros é forçado a abandonar o local da dança.
Em determinado momento da "dança do carimbó" vai para o centro um casal de dançadores para a execução da famosa dança do peru, ou "Peru de Atalaia", onde o cavalheiro é forçado a apanhar, apenas com a boca, um lenço que sua companheira estende no chão. Caso o cavalheiro não consiga executar tal proeza sua companheira atira- lhe a barra da saia no rosto e, debaixo de vaias dos demais, ele é forçado a abandonar a dança.
Caso consiga é aplaudido.

Região

O Carimbó é uma dança típica do Estado do Pará, localizado na Região Norte e áreas próximas como Bragança, Salinas e Ilha do Marajó. O nome carimbó aplica-se tanto a dança como a música.
Até hoje muitas pessoas da Região Sudeste promove festivais, da dança típica da Região Norte. E no estado de São Paulo, são realizadas por ano mais de 36 festas. carimbó é uma dança da região acultural, aculturada, que revela os traços culturais dos povos negros, brancos e índigenas.

Vamos Frevar?


Origem do Frevo


Em Pernambuco, entre os anos de 1910 e 1911, ocorreu o aparecimento de um ritmo carnavalesco bastante animado e que é famoso até hoje: o frevo. A palavra frevo vem de ferver, uma vez que, o estilo de dança faz parecer que abaixo dos pés das pessoas exista uma superfície com água fervendo.
Características
Este estilo pernambucano de carnaval é um tipo de marchinha bastante acelerada, que, ao contrário de outras músicas carnavalescas, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos enquanto a multidão se diverte dançando.
Apesar de parecerem simples ao olhar, os passos do frevo são bem complicados, pois, esta dança inclui: gingados, malabarismos, rodopios, passinhos miúdos e muitos outros passos complicados.
Os dançarinos de frevo encantam com sua técnica e improvisação, sendo que esta última é bastante utilizada. Para complementar a beleza da dança, eles usam uma sombrinha ou guarda-chuva aberto enquanto dançam.
Como vimos, o frevo é tocado, contudo, em alguns casos, ele também pode ser cantado. Há ainda uma forma mais lenta de frevo, e esta, é chamada de frevo-canção.
O carnaval de rua brasileiro é limitado a algumas regiões do País, pois no Sul é quase inexistente, no norte e no centro-oeste há algumas manifestações isoladas, portanto está restrito quase que exclusivamente ao Sudeste e mais particularmente ao Nordeste.
Na região Sudeste se destacam São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que em São Paulo o carnaval de rua praticamente se restringe ao desfile das escolas de samba. Já o Rio de Janeiro, berço do samba, tem mais tradição carnavalesca e, além do desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, há também o carnaval de rua mais autêntico, com algumas troças e blocos que resistem ao tempo, e desfilam pelas ruas atraindo milhares de foliões, tendo inclusive um desses blocos, denominado banda de Ipanema, (o qual não tenho certeza se ainda sai pelas ruas do Rio), se tornado, na época da ditadura militar, um foco de resistência dos intelectuais de esquerda contra o regime militar.
No Nordeste, temos dois Estados que se destacam com um carnaval muito forte, Bahia e Pernambuco, sendo que na Bahia parece ser mais na capital, Salvador, onde, além de alguns blocos como os filhos de Gandhi, o carnaval é quase exclusivamente feito pelos ‘trios elétricos’, nos quais as pessoas geralmente têm que gastar muito dinheiro com a compra de abadás para poderem brincar com mais segurança e exclusividade.
Já em Pernambuco o carnaval se destaca por ser animado em praticamente todo o Estado, começando pelo Recife, quando no sábado de Zé Pereira desfila o maior bloco carnavalesco do mundo, o galo da madrugada, agora elevado à categoria de patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco.
Em Olinda a folia é ininterrupta durante todo o carnaval, do domingo à quarta-feira de cinzas, com os bonecos gigantes e os seus inúmeros blocos e troças irreverentes que não deixam os foliões descansarem em nenhum momento. No Recife Antigo há os desfiles dos blocos tradicionais, fazendo um carnaval mais ‘família’ e mais voltado para a preservação da memória cultural do carnaval Pernambucano.
São múltiplas e variadas as manifestações culturais: Galo da Madrugada, bonecos gigantes papangus, caboclinhos, maracatus, caretas, etc. Ou seja, do litoral ao sertão, o carnaval mais autêntico e com maior participação popular de todo o País, e tudo isso coroado soberanamente por sua majestade, o recém-centenário frevo, que também já faz parte do patrimônio imaterial e cultural do Estado de Pernambuco.
P.S. Poderíamos ainda ressaltar a importância do carnaval para a economia pernambucana, com a entrada de divisas no período momesco batendo novo recorde este ano, mas aí já é assunto para uma outra ocasião.

Seguem as letras de algumas músicas do Cacuriá, mas é preciso lembrar que como se trata de uma dança popular, é comum que os versos sejam trocados ou até mesmo improvisados:

Bananeira:
Bananeira ou banana
Ainda ontem eu comi
Uma banana de lá

Não me bota n'água
Que eu não sei nadar
A toada é a mesma
Olha lá

O mel é bom com cará
A toada é a mesma
Olha lá

Vamos dançar cacuriá
A toada é a mesma
Olha lá



Cabeça de Bagre:
Cabeça de bagre não tem que chupar
Joguei anzol n'água peguei acará

Cabeça de bagre virou jerêrê
Ora bota no copo que eu quero beber

Cabeça de bagre virou lobisomem
Só que essa acará com pirão se come

Cabeça de bagre não tem que chupar
mulher bota fora homem vai juntar



Choro da Lera:
Boa noite minha gente
Foi agora que eu cheguei
Fui chegando e fui cantando
Se é do seu gosto eu não sei

Lera chorou, Lera chorou
Eu te disse lera
Vão te tomar teu amor

O coco para ser coco
Deve ser coco inteiro
E o homem para ser homem
Ele deve ter dinheiro

Nunca vi carrapateiro
Botar cacho na raiz
Nunca vi rapaz solteiro
Ter palavra no que diz

Eu vou dar a despedida
Como deu a jaçanã
Não cantamos tudo hoje
Deixo o resto pra amanhã



Divino:
Ah! Meu divino Espírito Santo
Divino Consolador

Consolai minha alma
Quando deste mundo for

Ah! Meu divino Espírito Santo
Pé de prata bico de ouro

Dê licença dê licença
Licença queira me dar

No meio deste salão
Eu vim trazer o cacuriá



Gavião:
Atirei mas não matei
Passarinho de Angola
Lá foi meu tiro perdido
Gavião avoou e foi embora

Avoou, avoou
Avoou deixa voar
No galho da imbaúba
Gavião Totoriá

Atirei mas não matei
Lá foi meu tiro perdido
Minha pólvora foi queimada
Meu chumbo foi derretido

Se eu soubesse que tu vinhas
Como de certo vieste
Mandava varrer caminho
Com galinho de acipreste

Se eu soubesse que era assim
Aqui eu não tinha vindo
Eu tinha ficado em casa
Na minha rede dormindo

Se eu soubesse que tu vinhas
Eu tinha me preparado
Com a minha casa varrida
E o meu cabelo penteado



Jabuti:
Jabuti sabe ler, não sabe escrever
Ele trepa no pau e não sabe descer
lê, lê, lê, lê, lê, lê

To entrando
Jabuti sabe ler, não sabe escrever
Ele trepa no pau e não sabe descer
lê, lê, lê, lê, lê, lê

To saindo


Ladeira:
Escorregou, foi na ladeira
Escorregou, foi na ladeira

E saiu remexendo
Com as mãos na cadeira
E saiu remexendo
Com as mãos na cadeira



Mariquinha:
Mariquinha morreu ontem
Ontem mesmo se enterrou
Na cova de Mariquinha
Nasceu um pé de fulô

Ai minha beleza
Vamos dar um baile
No salão da Baroneza
Ai meu Deus, ai!

Meu anel caiu do dedo
Retiniu mais de uma hora
Que diabo de amor é esse
Que me larga e vai simbora

Quem dançar com meu benzinho
Não dança vira virando
Meu benzinho não é lixo
Que vassoura vai levando

Vou me embora vou me embora
Já disse que eu vou eu vou
Levando a minha enxada
Deixando teu cavador

Vou me embora vou me embora
Aqui eu não vou ficar
Que estes meus companheiros
Tem intenção de me matar